A tua bandeira insignificante,
Sem cor nem digno significado,
A cor que resta, não obstante,
Já tinha tido cores diamantes,
Ter sido o ouro do teu País amado,
As cores de uma glória distante,
O traje glorioso ultrajado, pelo seu povo agora ultrajante!...
Os cães já não mordem,
Os pobres são tratados como cães,
São violadas as filhas e suas mães, antes que os homens acordem,
Dorme um País na desordem,
Os soníferos políticos reféns,
Haja quem ladre sem ordem,
Soltam-se os acaimes alemães,
Das vis sombras que mordem!...
São sombrios, os olhos descorados,
Os brancos medrosos e mordidos,
Também as sombras, revoltados, as suas bandeiras despidas,
Para uma débil luz são atraídos,
A ilusão obscura dos atraiçoados,
Onde os homens andam perdidos!...
Ao longe vês um cão com a pata alçada,
Debaixo dele definha uma bandeira, ao longe, vês uma velha costureira,
Nas mãos há uma bandeira rasgada,
Perto de ti há uma bandeira mijada, muito perto, cresce uma estrutura,
A agulha perde as linhas à tua beira,
A tua bandeira está em ti enterrada,
A conspurcada por ti, mal ela cheira!...
Nuno Costa, Lamego
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