Ainda pressinto abrenúncios dos teus medos,
São arrebatados nos agoiros de Santanás,
As esconjuras dos teus possessos segredos,
Com os ais da água-benta do medo te trás,
As rezas do teu sacro temor para que te vás,
E logo regresses do teus segredos,
Os modos do teu medo se faça mordaz!...
E fizeste o teu peito sagrado sacrário,
De onde guardaste os pecados escondidos,
São talhados no fogo carnal no teu diário,
As folhas caídas da carne no teu relicário,
O teu chão de amores virados ao contrário,
O sangue enclausurado dos destempos idos!...
Não viste passar o tempo,
Os anos que o vento não soubes-te mostrar,
Não quiseste ver a brisa naquele momento,
As chamas das velas apagadas do teu tormento,
Para sempre te haveriam de iluminar!...
Tu procuras o tempo perdido,
Na saída do fim em todos os anos,
Mas...
Para mal nos teus enganos,
Quando encontras mais um dia vencido,
Tudo termina do precipício mais um ano fingido!...
Publicado por Notícias de Portugal
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