... depois da euforia do fado alegre desumanizado,
É oferecido às mudas vozes do mundo em degradação,
Fecha-se a voz de Portugal de um apodrecido caixão,
Um País que foi emprestado,
Com os usuários juros sem margem de perdão,
Lá vem o Povo de políticos crucificado,
Por cada empréstimo está mais curvado,
Até não poder sentir o chão,
Sem saber se vai ser enterrado,
Do mesmo lugar no coração,
Neste Povo desorientado!...
E definha a voz traída,
É rendida à ditadura da coerência,
Morreu a independência restaurada,
De um orgulho histórico esvaída,
Atraiçoada Alma que foi vendida,
Sem precaução nem advertência,
Deixar que fosse permitida,
A censura da memória coletiva!...
Permitam-me uma lágrima independente,
Não se importem com a página da nossa História que foi arrancada,
Deixem-me comigo mesmo se todo de mim coerente,
Ainda que a Alma nobre deste Povo e Nação Valente,
Que tenha sido por bestas de um País profanada,
Pressentiu-se um desalmar iminente!...
São mais páginas cairão,
No livro onde o sangue há-de recorrer,
Em muitas páginas ensanguentadas irão morrer,
Que um dia seja lavrada no coração,
A restauração de sempre povo no poder,
O grito da independência desta Nação!...
Entretanto...
Deste frio Outono,
Cresce lento num triste manto,
De um lamento num lento canto,
É abrigado na tua voz sem dono!...
Publicado por Notícias de Portugal
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