São velhas...
Estão muito envelhecidas de tanta cultura,
As palavras à condição da tortura...
São velhas...
Está dentro,
Onde rasga um coração de trapos,
O resto do resto se mistura,
Com a graxa que tece os desejos opacos,
Brilha por fora...
São velhas...
As jovens palavras de outrora,
Os tecidos intactos dos cacos,
Estão partidos na chegada do medo da hora,
Que vai rasgando na demora,
São velhas...
Estão pesadas dos estilos antigos da figura,
A figura do estilo da metáfora de quem atura,
O declínio da sapiência,
O saber das palavras em boa aparência...
São velhas...
Com amargura,
Do atrito discurso da decadência,
No amargo sabor da velha doçura,
O regresso revoltado da inocência,
Dos difusos vultos...
São velhas...
As palavras vestidas de andrajos consternados,
Os farrapos caídos no tecido dos corpos cultos,
Os tenros corações que restam...
São esfarrapados!...
Publicado por Notícias de Portugal
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