Trás contigo,
Um leve travo adocicado,
Não tragas o teu mel antigo,
A perdição nesse doce castigo,
É tão amargamente castigado,
Do beijo que não foi provado,
Entre os lábios que ficou perdido!...
Tudo que não me deves,
Tendo-te da minha dívida tão leve,
Não rogo por quem muito de ti me deve,
Os teus insistente pedidos breves,
Rezar para que não me leves!...
Ardem as tuas plumas angelicais,
Da lavra das labaredas rogatória,
As descaradas línguas de fogo infernais,
Sobrevoar as teimosas trajetórias,
Os indecisos purgatórios das histórias,
O limbo das tuas súplicas celestiais!...
Consumida levas-te contigo,
As tuas extintas chamas serviçais,
Desistir do meu lume que arde comigo!...
Não chores de caro tíbio amigo,
São os teus filhos que te vão enterrar,
Os herdeiros sem força para gritar...
Acredita na bofetada que te digo-
Poupa-te na visão de um mendigo,
Pela tua covardia que ficará a chorar,
É tão triste saber um filho mendigar,
Preferir ele ser enterrado contigo,
De não ter vanglória de se abrigar!...
Essa terra dos teus olhos fechados,
Se deixasse ver o fruto do teu ser tão inerve,
Saberias para que a covardia serve!...
... e não voltarás a morrer...
E não antes de combater!...
Publicado por Notícias de Portugal
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