De tantos anos de declínio da Democracia,
Que nenhum doutor inventou um mecanismo,
É descarrega límpida a água de idealismo,
Levar a merda toda da suprema hipocrisia,
Para o esgoto político da cínica supremacia,
Onde os filhos são adoptados pelo cinismo!...
No caminho de esterco entulhado,
É escorregadio o dejecto nauseabundo,
Verborreia prenha do vómito imundo,
É vomitada sobre o povo abestalhado,
Ainda crer no poder conquistado,
Ignorante vítima de desdém profundo!...
Perante o descomunal cagada,
Bifurca-se no caminho sem preconceito,
De optar pela esquerda é borrar o pé direito,
O cheiro da direita é a mesma trampa consagrada!...
Com o pé na merda e o outro a feder,
Resta-me adiar este assistido suicídio,
Desprezar a cidadania do dever,
O direito estranho nessa forma de viver,
É ser testemunha do homicídio,
O silêncio pago de um tumoral subsídio,
O neoplasma politizado do corrupto dissídio!...
Estão fechadinhos dentro de nós,
Tricotamos os silêncios nossos,
Fechamo-nos aos gritos nossos,
Estão fechadinhos dentro de nós,
Em cada ponto estamos sós,
Das agulhas nos ossos!...
Lá no fim da rua,
Vêm os mesmos candidatos,
Na mesma merda que continua!...
Publicado por Notícias de Portugal
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