É, de si mesmo, um ácido ferrolho,
Que penetra no marco meigo de quem calha,
Que desliza entre as cores de qualquer olho,
Enraíza-se e a colheita faz-se restolho,
Que acusa o salgado suor de quem trabalha,
De ser culpada e uma criminosa navalha,
Que esqueceu-se de por as barbas de molho,
Tentou esconder os seus rabos de palha!...
Passaram as ceifas e as férteis colheitas,
Algumas estavam mal sucedidas,
As colheitas estavam perdidas,
As searas estavam desfeitas,
Era pelo desleixo traídos,
Eram acusações suspeitas;
Que escondiam-se as contas às contas feitas,
E antes que as línguas não ficassem tolhidas,
Que ceifavam-se as outras línguas, às injustiças sujeitas,
Ofereceram o silêncio de abastadas colheitas prometidas!...
Deus me valha, Deus me valha,
Deus me livre nesse jeito demagogo,
A justiça é preguiçosa e nunca falha,
Que adormece muitas vezes envolta do fogo,
Acorda no seu longo e seco rabo de palha,
É nas minhas barbas, que a água lhes valha!...
Publicado por Notícias de Portugal
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